segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Tirinhas

CAIXA DE SAUDADES

Caixa de Saudade

“Desde menina guardo, na minha sala da memória numa caixa de saudade, velhas cartas, fotografias e objetos coloridos de encantos e desencantos.
Lá estão o bigode áspero do meu pai,  o dedal paciente de minha mãe, a trança despenteada da minha irmã, duas bolas de gude quebradas que roubei dos meus irmãos; na fita da primeira comunhão, a medalhinha de Santo Antônio que a minha tia-madrinha e casamenteira me deu; o primeiro cartão-postal do vizinho João, com o cadeado do diários que perdi quando fiz quinze anos.
A carta, marcada com meu batom, amarrada numa outra, cuidadosamente desamassada, que ainda leio; o anel de rubi, que não serve mais no anular, na mesma correntinha, com os dentinhos do meu filho, sob a oração do seu sétimo dia, e o último poema que lhe escrevi.
Todos os meus coloridos encantos e desencantos estão protegidos do tempo. Num instante, num dia, muito tempo atrás, nesse relógio parado, sem corda, que junto deles deixei.”

(FALCONE, Sandra. Notícias de mim. São Paulo: Lemos Editorial, 2000)

domingo, 30 de janeiro de 2011

HISTORIADOR ESCREVE PASSADO DA INFÂNCIA

HISTORIADOR ESCREVE PASSADO DA INFÂNCIA

            A história das crianças no Brasil começou a ser escrita nos anos 1970. Interessados em conhecer como viviam as famílias e as mulheres em outras épocas, historiadores perceberam que era importante conhecer também o passado das crianças.
            Pesquisando em documentos antigos – jornais, revistas, leis, imagens –, eles descobriram que foram muitas as crianças que viveram em São Paulo desde sua fundação. Revelaram informações importantes sobre as crianças indígenas, escravas e livres, brasileiras e imigrantes. Escreveram a história de meninos e meninas que frequentaram escolas, trabalharam em fábricas, brincaram nas ruas ou foram abandonadas.
            Os historiadores enfrentam dificuldades para pesquisar sobre a história das crianças: muitos documentos se perderam, foram destruídos ou danificados.
            Em 450 anos de história da cidade, há ainda muito a aprender sobre as crianças. Mas os historiadores já mostraram a importância de conhecer o passado da infância e, mais do que isso, a necessidade de refletir sobre o presente e o futuro das crianças na sociedade.

(MOURA, Esmeralda Blanco de. Historiador escreve o passado da infância. Folha de São Paulo, 24 de janeiro de 2004. Caderno Folhinha, p. 5)

  1. Quando foi que a história das crianças começou a ser escrita no Brasil?
  2. Além das crianças, o que mais os historiadores passaram a estudar nessa época?
  3. Quais as fontes utilizadas pelos historiadores para pesquisar a história das crianças em São Paulo?
  4. Quem eram as crianças pesquisadas?
  5. O que as crianças pesquisadas faziam?
  6. Qual a principal dificuldade enfrentada pelos historiadores para realizar esse tipo de pesquisa?
  7. Em sua opinião, por que é importante estudar a história das crianças?

A HISTÓRIA DOS CEGOS E O ELEFANTE

A HISTÓRIA DOS CEGOS E O ELEFANTE

Certo dia, um príncipe indiano mandou chamar um grupo de cegos de nascença e os reuniu no pátio do palácio. Ao mesmo tempo, mandou trazer um elefante e o colocou diante do grupo. Em seguida, conduzindo-os pela mão, foi levando os cegos até o elefante para que o apalpassem. Um apalpava a barriga, outro a cauda, outro a orelha, outro a tromba, outro uma das pernas. Quando todos os cegos tinham apalpado o paquiderme, o príncipe ordenou que cada um explicasse aos outros como era o elefante, então, o que tinha apalpado a barriga, disse que o elefante era como uma enorme panela. O que tinha apalpado a cauda até os pelos da extremidade discordou e disse que o elefante se parecia mais com uma vassoura. "Nada disso ", interrompeu o que tinha apalpado a orelha. "Se alguma coisa se parece é com um grande leque aberto". O que apalpara a tromba deu uma risada e interferiu: "Vocês estão por fora. O elefante tem a forma, as ondulações e a flexibilidade de uma mangueira de água...". "Essa não", replicou o que apalpara a perna, "ele é redondo como uma grande mangueira, mas não tem nada de ondulações nem de flexibilidade, é rígido como um poste...". Os cegos se envolveram numa discussão sem fim, cada um querendo provar que os outros estavam errados, e que o certo era o que ele dizia. Evidentemente cada um se apoiava na sua própria experiência e não conseguia entender como os demais podiam afirmar o que afirmavam. O príncipe deixou-os falar para ver se chegavam a um acordo, mas quando percebeu que eram incapazes de aceitar que os outros podiam ter tido outras experiências, ordenou que se calassem. "O elefante é tudo isso que vocês falaram.", explicou. "Tudo isso que cada um de vocês percebeu é só uma parte do elefante. Não devem negar o que os outros perceberam. Deveriam juntar as experiências de todos e tentar imaginar como a parte que cada um apalpou se une com as outras para formar esse todo que é o elefante."

LENDA RÔMULO E REMO

O trono de Alba Longa, reino na Península Itálica foi usurpado por Amúlio, irmão mais novo do rei Numitor. A filha do rei Réa Sílvia, para que não tivesse filhos, foi transformada pelo tio em sacerdotisa. Contudo, ela teve gêmeos e disse que eram filhos de Marte, deus da guerra.  
Os meninos foram abandonados por Amúlio num barquinho, que, levado pela correnteza do rio Tibre, parou perto do Monte Palatino. Os dois irmãos foram salvos por uma loba que os amamentou e os protegeu. Quando o pastor Fáustulo os encontrou deu-lhes os nomes de Rômulo e Remo e os criou. Já adulto, Remo envolveu-se numa rixa com alguns pastores da região e foi conduzido a Amúlio, que o reconheceu.
Informado por Fáustulo das circunstâncias do seu nascimento, Rômulo dirigiu-se ao palácio e libertou o irmão. A seguir, matou Amúlio, devolvendo o trono o seu avô Numitor. O avô agradecido lhe deu permissão para fundar uma cidade às margens do Tibre.
            Tendo chegado ao Tibre, os irmãos começaram a discutir sobre o lugar em que a cidade deveria ser construída. Remo disse que deveria ser na colina Aventina, mas Rômulo achava que eles deveriam escolher a colina Palatina.
            Por fim, decidiram pedir aos deuses que resolvessem a questão. Segundo a interpretação que eles fizeram dos sinais enviados pelos deuses, o escolhido para fundar a cidade foi Rômulo. Ele começou a marcar a fronteira de sua cidade. Remo observava tudo com uma raiva crescente. Após uma luta de pás e picaretas entre os seguidores de Rômulo e os de Remo, este último foi morto.
            A nova cidade recebeu o nome de Roma, em homenagem a Rômulo, que se tornou seu primeiro rei.

Responda:

a)      Em qual país e continente está localizada atualmente a cidade de Roma?
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b)     Que atividade econômica, importante nos primórdios de Roma é citada no texto?
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c)      Identifique no texto uma característica da religião romana.
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d)     Cite o nome do importante rio às margens do qual foi fundada a cidade de Roma.
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" A DONA HISTÓRIA"

“A DONA HISTÓRIA”
A Dona História é uma senhora muito idosa. Ela anda meio cansada. Já viu tudo o que se pode imaginar e tem em sua memória registros que nem os computadores mais modernos, de última geração seriam capazes de armazenar. Seus registros são muito antigos. Neste pequeno texto vou citar apenas alguns dos grandes acontecimentos por ela registrados.
Veja só, de acordo com o calendário cristão, Jesus Cristo nasceu no ano 1. Os romanos, perderam parte de seu império no ano de 476. Na Europa, de acordo com os relatos dos monges, os primeiros castelos medievais surgiram por volta de 1650.
Durante a Idade Média, organizaram-se as primeiras Cruzadas por volta do ano 980. Em 1357, a França e a Inglaterra viviam o auge da guerra dos Cem Anos.
A partir de 1456, terminava a Idade Média e começava a Idade Moderna. Nesse contexto, Colombo acabou chegando a América no ano de 1492 e Cabral ao Brasil, em 1500.
No Brasil, Tiradentes, buscou, sem sucesso, no ano de 1789, promover a Independência. Essa só ocorreu em 1822. Pouco mais de 100 anos depois, o mundo viveu uma grande crise econômica, ocorrida no ano de 1929, que foi a quebra da Bolsa de Valores de Nova York.
Enfim, a Dona História tem muitos registros e nós somos seus agentes. Ela está idosa, mas continuará resistindo e registrando tudo o que acontece. O que não sabemos é se o cenário, palco dos acontecimentos resistirá por muito tempo.
( autor desconhecido)